A sexualidade faz parte da vida e está ligada ao desenvolvimento global do indivíduo, constituindo um dos elementos da personalidade. De alguma forma, os relacionamentos, o equilíbrio emocional e a manifestação de sentimentos do indivíduo dependem de uma boa evolução da sexualidade, durante as etapas da infância à adolescência.
Desenvolvimento da sexualidade da infância à adolescência
O comportamento sexual começa na infância, nas atitudes e curiosidades, decorrentes das necessidades de satisfações. De acordo com as etapas do desenvolvimento, a criança localiza em determinadas regiões do corpo (zonas erógenas) o interesse libidinoso.
Libido é a energia que alimenta a conduta sexual.
Fase oral (0 – 18 meses) O psiquismo e a vida afetiva estão ligados aos processos instintivos. O recém-nascido tem necessidades básicas, que precisam ser atendidas para propiciar-lhe prazer e, assim, estabelecer estreita relação afetiva com a mãe ou com quem o alimenta. O bebê suga para alimentar-se e satisfazer uma necessidade erótica, pois a libido, nos primeiros 18 meses, polariza-se na zona oral. A sucção do seio materno e o contato pele a pele são gratificantes para o bebê.
Fase anal (1 ano e meio a 3 anos) A partir de 18 meses, a libido se polariza no inferior do intestino, região anal. A eliminação de fezes não é apenas reflexa – nessa etapa, adquire gradativamente o controle das eliminações e isso lhe dá prazer. Nessa etapa, ocorrem, também, as primeiras perguntas sobre a diferença de sexos. Aproximadamente aos 2 anos, inicia a determinação da identidade sexual e do papel de gênero.
Fase genital (3-5 anos) Evolutivamente a criança continua a aceitação do seu eu. A libido polariza-se na região dos genitais. Idade de grande aprendizagem e de identificação com as figuras parentais. Realiza grande exploração do mundo que a rodeia. A manipulação de genitais é freqüente. Nessa fase, as crianças costumam ser exibicionistas e mostram preferência ao progenitor do sexo oposto, hostilizando o de mesmo sexo (namoro edípico). As indagações costumam ser mais amplas: querem saber de onde vêm os bebês. Brincam e satisfazem suas curiosidades com outras crianças.
Fase de latência (6 anos – puberdade). Caracteriza-se pela independência do eu. O pensamento é do tipo lógico concreto. Ocorre nítida diferenciação dos sexos. A socialização se amplia. Os meninos são mais íntimos dos amigos de mesmo sexo, havendo uma verdadeira discriminação (clube do bolinha e da luluzinha). Com a chegada da puberdade e com a modificação dos hábitos sociais, há aproximação entre os dois sexos (aniversários com reunião dançante, entre outros). Em alguns momentos, podem ocorrer atividades masturbatórias. A identificação já está determinada e se reforça com o grupo de amigos do mesmo sexo, com normas e características próprias, diferentes para homens e mulheres. Há curiosidade quanto ao nascimento, à gravidez, ao papel dos pais, à reprodução.
Por: Flávia Vasconcellos Gusmão
Psicóloga | CRP 105984
Diretora Pedagógica