Philippe Perrenoud, sociólogo e antropólogo suíço, pesquisador de práticas pedagógicas nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra, nos disse que:
“certas aprendizagens só ocorrem graças a interações sociais, seja porque se visa o desenvolvimento de competências de comunicação ou de coordenação, seja porque a interação é indispensável para provocar aprendizagens que passem por conflitos cognitivos ou por formas de cooperação”.
Corroboramos com esses princípios, e por isso, valorizamos as ações cotidianas dos pequenos e também os momentos de interação social como fundamentais para o desenvolvimento humano.
Os momentos de contagem estão presentes diariamente nas salas de aula da educação infantil. Por meio de situações cotidianas: contar quantas crianças vieram à escola; quantas faltaram; localizar datas importantes no calendário; distribuir e organizar materiais da sala, são as ações na quais as crianças demonstram os seus conhecimentos sobre a linguagem da matemática, muito antes de saberem os números!
Outra estratégia possível para a reflexão acerca da linguagem dos números, é a de propor às crianças pequenos desafios, que didaticamente chamamos de “situações-problema”. Nesse momento, pode ocorrer uma oportunidade para que criança se ponha a pensar matematicamente. Mesmo que ainda não o faça de maneira convencional, valorizamos o percurso em que cada criança faz para chegar a uma resolução final.
Nessa experiência com a linguagem matemática, lançamos às crianças a seguinte pergunta: “No parque há 10 crianças brincando. Dessas crianças, 6 são meninos, quantas são as meninas?”
Após cada um resolver o desafio e registrar a solução da situação-problema, a sua maneira, a professora conversou com os pequenos, solicitou que relatassem como cada um pensou para chegar a solução.
Uma criança diz para o grupo: “Eu pensei na minha cabeça e coloquei o número quatro.”
Consideramos ser imprescindível que as crianças tenham tempo e espaço para comunicar as estratégias e os procedimentos que realizam para a resolução de problemas. Os pequenos gostam muito, e também, de mostrar e expor a todos os registros de suas hipóteses!
A professora, nesse momento, coordenou o grupo para que tivessem experiências de interação prazerosas, nas quais as crianças aprendessem a expor as suas ideias e, também, a ouvir as ideias dos colegas, criando, assim, oportunidades que irão colaborar para construções de novos conhecimentos que certamente surgirão!
Por: Cristiane A.Butscher
Coordenadora Pedagógica
Espaço Criança Eurofarma