leitura-ssp-1Antes mesmo de aprender a ler e a escrever, existe uma criança que explora o mundo da escrita e pensa ativamente sobre ele. A criança é, naturalmente, interessada pelo universo letrado, pelo o que ouve e pelo o que vê. Compreender o que está escrito é um longo caminho, e esse trajeto precisa ser prazeroso. Por isso, a educação infantil tem um papel importante para que as crianças tenham experiências significativas nas áreas das linguagens – oral e escrita – e possam, por meio delas, construir uma infinidade de aprendizagens.

Desde muito cedo, os pequenos narraram fatos, criam histórias com diversos personagens… Para tanto, não é preciso que conheçam a formalidade dos códigos, das letras. É necessário que tenham tempo e espaço para serem ativos, criativos e inventivos!  As crianças, desde a primeira infância, têm potência natural para desenvolver essas habilidades e competências. Elas, na contemporaneidade, estão inseridas e são bombardeadas por um universo repleto de informações, têm oportunidades e acessos a diferentes gêneros de textos. Dentre eles, destacamos o gênero literário que, nos espaços coletivos de educação infantil, é muito presente na vida das crianças, em alguns casos, desde a vida intrauterina.

Nesse sentido, há necessidade de organizar na escola, tempo e espaço, de acordo com as intenções didáticas e os interesses de cada grupo, ou mesmo, de cada criança, para que elas tenham momentos significativos de experiências com o objeto livro e com as narrativas que os compõem. Para que possamos concretizar essas ideias em nosso cotidiano, planejamos na rotina situações de contação de histórias, de leitura individual, de leitura compartilhada e de momentos nos quais as crianças possam recontar e inventar histórias.

Naturalmente, por meio da leitura literária, as crianças se envolvem nos mistérios das narrativas e por meio deles passam a ter interesses específicos pelos sinais gráficos que elas apresentam.  Ana Teberosky – pedagoga e doutora em psicologia, nascida na argentina, que no final da década de 70, com Emília Ferreiro, realizou o estudo sobre a Psicogênese da Linguagem Escrita, no qual revolucionaram o conceito de alfabetização – define essa etapa da aprendizagem da linguagem, como “alfabetização inicial”.

Em “Contextos de alfabetização inicial”, obra referência para todo educador que desejar aprofundar os seus conhecimentos a respeito da aquisição da linguagem, Teberosky, discorre sobre a importância das diferentes situações de leitura e de diálogos sobre elas com os alunos, para potencializar a diversidade de aprendizagens da linguagem pelas crianças em fase inicial de escrita.

Na verdade, observamos que quando desde muito pequeninas as crianças têm, em seu dia a dia, acesso à linguagem escrita, ao completar  três/quatro anos, já demonstram muito desejo de decifrar o escrito, e até mesmo de registrar as suas próprias histórias. Potencializam, ainda mais, seus projetos de investigação desses objetos da cultura – a leitura e a escrita.

Para saber mais:

Contexto de alfabetização inicial
Ana Teberosky, Marta Soler Gallart
Editora Artmed, 2004

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Por: Luana Gonçalves
CCI Nosso Mundo de Amor – SSP

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