Leituras literárias
Certa vez, uma amiga educadora me perguntou qual era o meu livro de literatura infantil favorito. Pensei, que difícil responder essa pergunta! Não é mesmo? Pois não poderia falar de um livro só, são tantas as narrativas que me encantam por meio de estética e da pura poesia que as palavras evocam! Tenho um carinho especial por dezenas deles…
Mas, como tinha que escolher um, recorri à minha memória afetiva e selecionei um que, mesmo com o passar do tempo – esse livro foi editado no Brasil em 1999 – , ainda apresenta força para sensibilizar pessoas de 0 a 80 anos! Provando seu valor literário pela atemporalidade e as sensações que provoca a todos, em pessoas com distintos níveis de leitura.
“Era uma vez uma pequena ovelha, igual a todas as outras. Só uma coisinha nela era diferente…”.
O livro “Orelha de Limão”, escrito por Katja Reider e ilustrado por Angela Von Roehl, aborda questões referentes às diferenças e das tristezas que elas podem causar quando não sabemos lidar com o singular. É a história de uma linda ovelhinha, que difere de todas as outras de sua espécie por ter uma das orelhas de cor diferente. Essa diferença permeia por toda a narrativa, é um verdadeiro drama existencial da ovelha! Quando ela encontrava seus conhecidos, era sempre indagada por meio de gozações e apelidos maldosos – azeda e fedida eram os adjetivos pelos quais era nomeada.
Um belo dia, seu amigo carneiro teve uma ideia para acabar com seu sofrimento. A ovelha, entusiasmadíssima com a ideia do amigo, inicia uma nova fase em sua vida. Tudo começa a dar certo para ela! A vida, a partir desse momento, tem nova cor e sabor! Porém, com o passar do tempo, Orelha de limão se decepciona novamente…
Para saber o que ocorreu após esse novo momento de decepção da Orelha, leia essa história, que é uma narrativa breve, sensível e envolvente! Revela, por meio da fantasia, questões que são humanas e de como nos vemos e como podemos ser vistos pelas pessoas com as quais nos relacionamos.
A reflexão do que é ser único e singular favorece a tomada de consciência de que reconhecer a diferença, a heterogeneidade é um bom caminho para se situar no mundo como um ser capaz de se afirmar como sujeito ímpar e ser feliz. Assim fez a Orelha de limão! Descubra sua caminhada e inspire-se nela para enfrentar as situações adversas a que, às vezes, somos impostos.
Fica aqui um convite à leitura de “Orelha de limão”, para deleite, apreciação estética e reflexão sobre as singularidades da ovelhinha e, por que não, as nossas também!
Por Sheilla André
Gerente do Centro de Formação UNIEPRE
Contato: centrodeformacao@uniepre.com.br