Durante o primeiro ano de vida, aproximadamente por volta dos seis aos doze meses, a criança percebe que é um ser separado da mãe e depois das outras pessoas que vão entrando na sua história e fazendo parte de seu contexto social, inicia-se o processo de diferenciação, iniciando o processo de construção da própria identidade.
Segundo Henri Wallon:
A distinção entre o eu e o outro só se adquire progressivamente, num processo que se faz nas e pelas interações sociais (…) É pela interação com os objetos e com seu próprio corpo que a criança estabelece relações entre seus movimentos e suas sensações, e experimenta, sistematicamente, a diferença de sensibilidade entre o que pertence ao mundo exterior e o que pertence ao seu próprio corpo. Por essas experiências torna-se capaz de reconhecer, no plano das sensações, os limites de seu corpo, isto é, constrói-se o recorte corporal.
O bebê explora o mundo a sua volta, vivencia sensações, percepções, e por volta dos seis meses, fica fascinado com a experiência de ver sua imagem refletida no espelho.
Todas essas vivências dão início à autodescoberta, uma exploração que permite à criança descobrir como seu comportamento repercute no ambiente, fator essencial para que ela se perceba como alguém diferente do outro.
Ao olhar se no espelho a criança vivencia diferentes sensações, percepções e emoções, reagindo de formas diferentes, surpreende-se, pesquisa, ri, observa, demonstra alegria, as vezes tristeza ou estranheza, às vezes fica fascinada. Portanto, é importante que ele tenha um lugar nos espaços que seja acessível a todos os bebês: que esteja ao alcance de quem engatinha, dos que andam e já procuram sua imagem.
Podemos e devemos utilizar o espelho com o objetivo de oportunizar a construção da imagem e a formação da identidade das crianças. Utilizar os espelhos acrílicos em ângulos diferentes dos normais é muito interessante para os bebês, as trocas verbais que ocorrem são excelentes e fundamentais para a ampliação dos significados das vivências, “se deliciem” através das fotos dos Berçários UNIEPRE.
Por: Flávia Vasconcellos Gusmão
Diretora Pedagógica