Num passado não muito distante, a maioria das mamães recebiam uma cartinha do pediatra com orientações de como e quando se deveria oferecer o primeiro suquinho de laranja lima. Isto representava um marco, na rotina da família e na vida do bebê, afinal… “Ele já pode tomar suco!”.
Beber suco de frutas é um hábito alimentar culturalmente muito incentivado por nós, desde a fase da primeira infância. A prática promove às crianças uma alimentação natural, com rica fonte de vitaminas e garante, também, uma hidratação saudável.
É importante observar que só pode ser considerado suco, o líquido que estiver composto por 100 % da fruta, dessa maneira, os seus nutrientes serão mais bem aproveitados quando consumidos. E a sua ingestão deve ocorrer poucos minutos após o seu preparo, ou seja, imediatamente!
O Guia Alimentar do Ministério da Saúde, em sua orientação sobre a alimentação complementar, nos alerta para que o suco não seja oferecido em substituição à refeição. Pois, há inúmeras pesquisas nas quais especialistas tentam comprovar teses sobre os benefícios e os malefícios de se oferecer sucos às crianças, em especial, aos bebês com idade até dois anos. Nesse caso, a melhor opção é, ao invés de ofertar o suco, no lugar da refeição, que se ofereça a fruta in natura, pois ela é rica em fonte de vitaminas, minerais e fibras.
A preocupação com o modo e momento da oferta do suco no cardápio das crianças pequenas, advém do fato de que o processamento das frutas provoca um aumento de índice glicêmico e, também, durante o seu preparo há perda significativa de fibras.
A quantidade ideal de suco, para a alimentação dos pequenos, é de 100ml/dia e ele deve ser servido após as refeições, tanto para os bebês, quanto para os adultos. Essa prática tem como a finalidade de melhorar a absorção do ferro não heme 1.
Caso não seja possível a utilização de suco natural, e o suco industrializado for a melhor opção para o seu momento, chamamos a sua atenção para a importância de se observar o rótulo na embalagem do produto! Dessa maneira você poderá qualificar, ainda mais, a sua escolha.
No Brasil é necessário, para todas as bebidas industrializadas, a clara identificação da composição do produto na embalagem. No caso de sucos industrializados, temos no mercado três tipos diferentes, sendo:
-
Suco o produto integral da fruta, se contiver adição de açúcar, a quantidade máxima permitida é de 10% da composição, e no rótulo deve haver a frase “suco de fruta adoçado”. Corantes e conservantes não podem ser adicionados ao suco.
-
Néctar possui uma concentração menor de polpa de fruta em relação ao suco. A concentração, de néctares, pode variar de 20% a 30% conforme a fruta. E, ao contrário dos sucos, pode receber aditivos, como corantes e conservantes.
-
Refresco é uma bebida não gaseificada, não fermentada, obtida pela diluição, em água potável, do suco de fruta, polpa ou extrato vegetal de sua origem, com a adição de açúcares. O teor de fruta varia de 2 a 10%. Não há a obrigatoriedade de haver fruta in natura na composição. Contudo, neste caso, devem estar descritas no rótulo as expressões “artificial” e “sabor de”.
É claro que apoiamos e incentivamos, desde o contato inicial com as mães e os seus bebês, o aleitamento materno para a primeira etapa da infância. Porém, durante o período de desenvolvimento dos pequenos em nossas escolas, cuidamos, de maneira muito atenciosa, da introdução dos alimentos complementares, que são necessários com o passar do tempo.
Para tanto, fazemos avaliação constante da aceitação dos alimentos nas diferentes fases de desenvolvimento de cada criança. E, em parceria com as famílias, realizamos a introdução da fruta, em substituição ao suco da “colação”.
Os espaços de educação infantil, em geral, são lugares nos quais há condições de se garantir excelentes oportunidades para a formação de bons hábitos alimentares. Nas unidades UNIEPRE, desenvolvemos estreita parceria com as famílias por meio de diferentes ações realizadas dia a dia com os pequenos, que nos possibilitam a oferta de refeições naturais, considerando a cultura e a individualidade de cada criança.
Ferro não-heme: forma inorgânica, não faz parte do complexo heme da hemoglobina e está presente principalmente nos alimentos de origem vegetal (ervilha seca, açaí, feijão, lentilha, nozes e outras oleaginosas, açúcar mascavo, chocolate, etc.), mas pode ser encontrado nos ovos e em pequenas quantidades também nas carnes, peixes e aves.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro
Por: Ellen C Del Grande
Gerente Núcleo Saúde UNIEPRE
Fontes: Guia Alimentar Ministério da Saúde-2013 | Wikipédia,