Nesse sábado realizamos nosso V ENCONTRO – GRUPO DE ESTUDO UNIEPRE, com o tema AUTONOMIA.
Nossos diálogos trouxeram ao grupo a possibilidade de pensar sobre esse conceito de uma forma muita mais ampla do que geralmente ele é tratado. É costume atribuirmos à autonomia a capacidade de fazer escolhas, tomar decisões por princípios próprios e, no caso dos bebês, também se movimentarem livremente. Porém, a autonomia contemplada na abordagem criada pela médica húngara Emmi Pikler vai para além disso, como escreve Anna Tardos no seu texto “Autonomia e/ou dependência”:
“ (…) quando falamos de autonomia do movimento não fazemos referência apenas à motricidade”.
Para que a criança possa realizar escolhas, explorações e descobertas, é necessário que o adulto estabeleça uma relação verdadeira com ela, que seja capaz de respeitá-la e compreendê-la nas suas potencialidades, assim como coloca Anna Tardos:
“O bebê não pode realizar o que até aqui foi colocado, a não ser em determinadas condições. Entre elas, a fundamental é a relação que o liga ao adulto. Por ter desejo de agir, para ser capaz desse aprendizado baseado na atividade autônoma, antes de tudo, o bebê tem necessidade de uma relação profunda, que lhe proporcione o sentimento de segurança, condição necessária para um estado afetivo gratificante. Portanto, o bom estado emocional, a relação que está na base do seu sentimento de segurança, torna possível o desenvolvimento da autonomia.”
Assim, podemos dizer que o essencial é a autonomia da mente; ou seja, somente com o estabelecimento de um vínculo afetivo seguro é que a criança desenvolve sua capacidade de agir emocionalmente autônoma. O medo da perda do afeto, a chantagem, e a coerção são ações não condizentes com um espaço que se propõe favorecer a autonomia.
Para que o adulto realmente favoreça a autonomia da criança, faz-se necessário ele observá-la, e assim admirá-la, e consequentemente respeitá-la, pois será capaz de presenciar tudo que ela já é capaz de realizar.
“(…) se confiamos na capacidade da criança pequena, se apoiamos sua atividade autônoma, veremos que ela é capaz de muito mais coisas do que geralmente imaginamos.”
Anna Tardos
[envira-gallery id=”2351″]
Flavia Vasconcellos & Patricia Bignardi