Olhos que chegam para um mundo que se amplia
O ano inicia e com ele ares novos preenchem o Espaço Criança Eurofarma Itapevi & UNIEPRE. Várias crianças estão voltando de férias, ainda em março, outras são novas neste espaço, algumas mudando de turma, outras mudando o modo de ver a vida, pois, afinal, todo dia crescemos um pouco. Mas, além das crianças, mais um par de olhos chegou no Espaço Criança Eurofarma Itapevi & UNIEPRE e se entregou ao sabor de descobrir coisas novas: uma nova coordenadora pedagógica. Que as crianças se espantam e se alegram com tudo o que avistam de novidade no ambiente, já sabemos. Mas, os olhos de adulto, cuja tarefa fundamental quando chega é sondar o ambiente, fazendo o reconhecimento do terreno, estes olhos também podem se encantar!
Chegar na coordenação de um espaço é antes de tudo iniciar uma busca sobre como é a ordenação deste lugar, ou seja, saber como este trabalho funciona, suas rotinas e ritos. É despojar-se do que sempre vira e, como criança, permitir-se guiar por olhos estrangeiros e poder se encantar com o que vê. Coordenar um espaço demanda, antes de tudo, poder reconhecer suas belezas e possibilidades. Como por exemplo poder perceber no encontro com o lugar:
- Uma ordenação estética no espaço, que comunica que as crianças ali serão igualmente cuidadas.
- Um zelo pelo registro rigoroso que garante uma linha do tempo em relação aos cuidados que a criança recebeu ao longo do dia, da semana, do mês, embasando a comunicação feita diariamente às famílias sobre como passou a criança; um olhar cuidadoso sobre as necessidades e demandas que trouxeram, tanto do corpo, quanto dos sentimentos dos pequenos, no correr do dia.
- Um desembaraço entre os membros da equipe para se apoiarem nas tarefas e nas dificuldades que surgem, próprias deste trabalho tão sério que é cuidar de crianças pequenas.
- Uma atenção carinhosa que têm todos, mas em especial a técnica de enfermagem que acolhe as crianças em seus dodóis, oferecendo carinho e confiança, mas também se pondo como um par para o educador da sala no encaminhamento de questões importantes do cotidiano.
- Uma enorme agilidade das crianças para acolher aos que chegam, adultos ou crianças, desenvoltas para o diálogo que começa já no primeiro encontro.
- E por fim, um grupo e crianças que se move pelos espaços, emanando pertencimento, ocupando-os e manejando os objetos com grande habilidade, fruto provavelmente do caráter educativo deste lindo ambiente.
Os olhos que chegam se abrem ao novo, e como coordenador, descansa sua bagagem de vida e experiência profissional, para se permitir encantar com o mundo que se abre em possibilidades e fazeres inéditos. A disposição para o novo e para o encantamento precisa fazer parte da formação de todo educador. E como diz Rubem Alves “eu quero desaprender para aprender de novo. Raspar as tintas com que me pintaram, desencaixotar emoções, recuperar sentidos”. Para ser educador sempre é preciso resgatar a alegria dos encontros e seguir a vida aprendendo sempre. Porque não se faz educação se não houver por parte de cada um, disposição para inovar-se.
Por: Marilene Negrine
Coordenadora Pedagógica
Espaço Criança Eurofarma Itapevi & UNIEPRE