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riscos-e-rabiscos-pfizer-2Desde a vida intrauterina os bebês estabelecem uma importante relação com as mãos. Alguns, chegam a ser captados por imagens de ultrassom explorando as mãos e os dedos de maneiras inusitadas. Quando nascem, uma das primeiras descobertas dos bebês em seus próprios corpos são as mãos e as possibilidades de se brincar com elas. No decorrer dos primeiros três meses, normalmente, eles utilizam o movimento chamado reflexo de preensão palmar, no qual tudo que for encostado na palma da sua mão será por ele apertado.

Numa etapa do desenvolvimento mais adiante, por volta de 12 a 24 meses, as crianças em geral, demonstram um grande interesse em registrar as suas ideias por meio de rabiscos gráficos. Fazem uso de uma gama imensa de recursos riscadores, resultando em riquíssimas imagens, constituídas de beleza e histórias imaginárias.

A elaboração do pensamento pelas crianças pequenas, para alcançar a composição de desenhos, é intensa, e como percebemos no cotidiano, possui alto grau de complexidade. No percurso que os pequenos realizam, uma aquisição importante nessa etapa é a conquista da práxia fina, ou seja, do movimento de pinça. Esse movimento, a grosso modo, caracteriza-se pela capacidade de realizar trabalhos mais refinados por meio da utilização das mãos e do uso dos dedos – polegar e indicador. A intencionalidade desse movimento e o domínio do posicionamento corporal, possibilitam grande variedade de rabiscos no papel ou de qualquer outra superfície que possa ser utilizada para se desenhar.

riscos-e-rabiscos-pfizer_Quando as crianças demonstram a necessidade de desenhar, naturalmente, procuram com muito interesse variar os meios para deixar as suas marcas. Os riscadores (canetas hidrográficas, giz de cera, carvão…) ora são utilizados com toda a sua força, preenchendo todo o espaço da superfície, ora batem a ponta do riscador para ver o que ocasiona no papel, ou em qualquer outro tipo de base. Em cada movimento, uma nova produção!

Analisando os desenhos feitos por nossas crianças, encontramos familiaridade nos traços e formas de ocupar os papéis. Num olhar mais atencioso, é possível, até mesmo, categorizá-los de maneira que seja observada a existência de diferentes fases do desenho! Isso é possível diante do conhecimento sobre os estudos realizados na década de 70, por Rhoda Kellog que catalogou 20 rabiscos básicos muito comuns no desenho infantil. Sua pesquisa apresentou a evolução do traçado e da consciência de registro realizado entre o movimento corporal e a intencionalidade de marcar no papel. Cabe a nós, educadoras e educadores observar, analisar e avaliar os traços que as crianças bem pequenas nos apresentam por meio desses registros. E, acima de tudo, valorizar a prática do desenho para que todas as crianças tenham a oportunidade de vivenciar essa linguagem. Cotidianamente!

Na unidade Recreio Infantil UNIEPRE-Pfizer, as crianças têm diariamente momentos nos quais se expressam por meio de desenhos. Relacionam-se, cada qual de seu modo, com as marcas gráficas suas e as dos colegas. Pois a nossa crença é de que aprende-se a desenhar, desenhando! E esse exercício constante é uma fabulosa maneira de se colocar no mundo! Conforme nos afirma Barbieri (2012), “… O desenho permeia muitos momentos de nossa vida. Ele é uma forma de pensar, narrar, de planejar, de projetar, de inventar outros mundos,…”.

Por: Andreia Pereira
Gerente de Unidade Recreio Infantil UNIEPRE-Pfizer

Para saber mais!riscos-e-rabiscos-pfizer_

BARBIERI, Stela. Interações: onde está a arte na infância? São Paulo: Editora Blucher, 2012.

Este livro faz parte da coleção Interações, que tem o objetivo de compartilhar com os profissionais que atuam na Educação Infantil, as descobertas advindas das mais recentes pesquisas sobre o ensino da arte para crianças pequenas e trazer à tona possibilidades de diálogos dessas teorias com as práticas de sala de aula.

Sobre o desenho, no capítulo 4, há uma reflexão importante, na qual Barbieri por meio dos questionamentos “Onde está a arte? Na linha?”, nos conduz, de maneira agradabilíssima a pensar sobre: O que é o desenho? Descreve: as modalidades de Desenho de memória, observação, imaginação… e no espaço! E, conclui o capítulo por meio da reflexão: Desenhar é…

É de valer a pena a leitura!

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